Os olhos que tudo vêem não dam descanso a nada, olha incessantemente ao redor, dar seu crédito e o desdém é seu fado. Quanta ameaça oferecem esses olhos, essas testemunhas dos males silenciosos, quantas vergonhas seriam evitadas se as pestanejadas pudessem ter sido um pouco mais longas.
Algozes, mas também vítimas, tem tudo mas é só, corriqueiro, mas os olhos que avistam o horizonte nada tem junto a si mesmo, o horizonte é sempre horizonte, por incrível que pareça, mais próximo ou mais avastado, talvez até inalcansável ou quase tocável com a ponta dos cilios, mas sempre horizonte.
E se as lágrimas lavam seu terreno, nada faz senão levar tudo para mais distante e se e em um ato tático de desespero decretar estiagem por tempo indeterminado tudo se solidificará, inclusive esse pânico, como se um vulcão rompesse transformando o mundo em pedra, mas conservando o temores das faces.
Sem ter o que fazer os olhos se fecham, e tentam cerrar cada vez mais forte, nesse momonto eles sentem a companhia da morte, e não estam mais tão sós, conseguem vê-la se aproximando a passos lentos e é seca, disforme, aconchegante. Permanecem ligados a ela até que a vêem se afastar lentamente com seu sorisso debochado e ao pestanejar as luzes matinais denunciam que algo pode ter mudado, que talvez alguma coisa seja alcansável ou que tudo tenha acabado, que vai deixar de ser quase sozinho.
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Um comentário:
interessante, vou adicionar um atalho no meu blog, se não se importar
;)
passa lá:
http://documentsanstitre.blogspot.com
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