Tenho sentido um excesso de eu mesma. Sabe, estou me sentindo muito bem com isso. Tenho que contar à ti meu amor: Andei te traindo com outros papéis. Não quero que se quedes triste. Mas preciso assumir que tantas inspirações me vieram e nem sequer lembrei de ti. Mentira, lembrei sim, porém isso irá doer mais que a falsidade. De fato eu te quis longe em todos os momentos que não estive perto. Não, não pense que houve algum motivo especial. Simplesmente não me deu vontade. Sim, não queria olhar para ti e ter que dizer alguma coisa. Não chega a ser asco. Mas o que me veio não te pertencia. Sei que teu desejo era transformar tudo de mim. Transformar o meu ódio, meu amor, minha dor, meus sonhos e tudo mas que eu pudesse ter, ser ou sentir, em palavras. Reconheço alegremente que por muitas vezes fez belos trabalhos. Mas não sei se eles eram exatamente o que eu queria dizer. A linguagem metamorfoseia os sentimentos. E você já está me fazendo mudar de assunto. Preciso falar-lhe sobre nós dois. Não insista para saber o que me passou, não quer contar. As inspirações que me tomaram foram isoladas e não cabe se não soltas no ar. Não, por favor. Pare de me torturar. Porque tens essa necessidade de tirar tudo de mim?
Tudo bem, mais uma vez venceste.
Tens a tua opinião guarde-a para ti.
Vivo em um bucolismo urbano.
Enganamos a vida na rotina.
Os jovens perdem a vida ao tentar ganha-la. Pensam que podem subverter o tempo para viver mais, contudo o que fazem é evitar a vida.
Tomas meu sacrifício. Era o que querias, não. Mais uma vez me entrego redimida aos teus braços.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
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